Asbraer participa de webinar para discutir Ater para uma transição justa dos sistemas alimentares; evento foi promovido pelo Instituto Escolhas
22/07/2025 | Assessoria de Comunicação – Asbraer | Ana Karoliny Barros
Foto – Reprodução/YouTube
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Escolhas mapeou mais de 90 leis, normas e políticas federais que citam a Assistência Técnica e a Extensão Rural (Ater) como indispensável para a implementação de diversas políticas públicas de transformação do campo e de atividades econômicas como a agricultura, pecuária, manejo florestal, entre outras.
Com foco na transição dos sistemas alimentares, esse foi o tema do webinar promovido pelo Instituto Escolhas e realizado na manhã desta terça-feira (22). A Asbraer participou do debate representada por Luciano Brandão. O evento está disponível no YouTube.
Para Lilian Rahal, secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), o trabalho da Ater é essencial para levar políticas públicas, especialmente, aos agricultores que estão em uma situação de vulnerabilidade.
“O Programa Fomento Rural não faz nenhum sentido se não vier acompanhado do trabalho da Ater para encontrar essas famílias. Acho que a Ater tem se desafiado a enxergar os invisíveis do campo ao longo do tempo a partir de determinadas ações e políticas que a gente não pode deixar de registrar e que tem nos ajudado a entender um pouco o caminho para que as nossas ações e políticas junto a públicos mais vulnerabilizados sejam mais efetivas”, exemplificou Lilian.
ORÇAMENTO
Luciano Brandão ressaltou a importância de investimento nas instituições de Ater Oficial para que esse serviço continue fazendo a diferença. “Quando se desenha a política pública, seja ela no âmbito federal, estadual e municipal, todos esses atores reconhecem a importância da Ater Pública para levar a política pública, porém nós temos um ponto contraditório. Muitas vezes são desenhadas algumas legislações, mas esquecem o principal que é o custeio através do orçamento”.
Presente no debate, o diretor executivo do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural (Dater/MDA), Marenilson Batista, afirmou que o avanço do Sistema Único de Ater (Suater) é uma prioridade para o ministério.
“O ministro determinou prioridade um para a questão do Suater. Em agosto, ele quer ter esse documento na Casa Civil. Vamos fazer mais uma reunião com alguns especialistas e é importante a participação de vocês. Nesta semana, teremos ainda uma reunião com o Ministério da Fazenda para dialogar sobre a questão dos fundos e para que de fato tenha esse Suater que discuta a gestão e garanta fundos”, disse Marenilson.
Para além do Suater, Brandão reiterou a necessidade da regulamentação da profissão dos extensionistas rurais e sociais. “Não podemos esquecer que por trás deste serviço, existem pessoas. A gente precisa construir uma proposta que unifique essa profissão em termos de remuneração”, completou.
EMERGÊNCIAS CLIMÁTICAS
A pesquisa do Instituto Escolhas destaca também a atuação da Emater-RS/Ascar nas enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul, em maio de 2024. Segundo o instituto, o governo federal destinou R$ 10,6 milhões como crédito extradiornário para a Ater no período.
O levantamento da Emater-RS mostra que mais de 206 mil propriedades sofreram perdas na produção, infraestrutura e qualidade das áreas antes cultiváveis. Os extensionistas rurais e sociais da Emater atuaram tanto no mapeamento das perdas quanto na recuperação e acolhimento das famílias.
Para o coordenador institucional do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA) e membro do grupo gestor da Rede Ater Nordeste, Clérison dos Santos, “a gente precisa trabalhar no sentido da prevenção das mudanças climáticas, não no sentido das emergências. Então, a convivência com semiárido é um grande exemplo da contribuição das organizações sociais, principalmente no Nordeste, a partir desse trabalho de assessoria”.
DESAFIOS
Além da questão do orçamento, foram citados como alguns dos desafios para a execução dos serviços de Ater:
- muitas demandas e baixa cobertura;
- sucessão familiar;
- investimento também na pesquisa agropecuária em âmbito nacional e estadual;
- pouca estrutura das instituições e para o trabalho dos extensionistas;
- monitoramento e avaliação das ações;
- engessamento dos sistemas.
