Há dez anos atividade foi introduzida no município pelos especialistas do Órgão
05/08/2025 | Assessoria de Comunicação – Emater/PA – Por Aline Miranda
Foto – Reprodução Emater-PA
Alternativa sustentável de reflorestamento de áreas degradadas, o cacau produzido em Capitão-Poço, no Rio Capim, tem virado chocolate no restante do Brasil e até em outros países. A comercialização da amêndoa é uma das etapas da cadeia produtiva fortalecida pelo escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) no município.
A estimativa dos especialistas de campo do Governo do Pará é que só este ano 50 famílias vendam 60 toneladas, com lucro de até 100%. A principal base para exportação nacional e internacional é o pólo Castanhal, na Região Metropolitana.
Raimundo Aguiar, de 79 anos, da Fazenda Decolores, na comunidade Barro Vermelho, é uma das referências de atendimento da Emater. Na propriedade, são 75 hectares de cacau consorciado com açaí e laranja. A atividade foi iniciada há nove anos, pelo incentivo da Emater: “Eu devo tudo à Emater no sentido do cacau porque só comecei a plantar cacau quando a Emater chegou com a ideia, com o assessoramento e com a oportunidade”, relata.
Cadeia Produtiva
Em Capitão-Poço, a Emater atende regularmente 143 produtores de cacau.
Em março, a Emater, em apoio à Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), coletou dados in loco na zona rural para a composição do Zoneamento Ecológico e Econômico (ZEE) da cadeia produtiva do cacau no município. O documento “Levantamento das Potencialidades do Município de Capitão-Poço (PA) para o Cultivo do Cacaueiro em Sistemas Agroflorestais” já está servindo para nortear a aplicação de políticas públicas específicas, como acesso direto a recursos do Fundo de Desenvolvimento da Cacauicultura do Pará (Funcacau).
De acordo com o chefe do escritório local da Emater em Capitão-Poço, o veterinário Raimundo Nunes, especialista em Pastagem e Produção Animal no Trópico Úmido, o fato de o cacau ser uma commodity agrícola aumenta as possibilidades de negociação: “Os preços podem ser muito bons, o que estimula a introdução, a permanência e a expansão da atividade, por isso a Emater está à frente da cadeia produtiva no município, faz cerca de uma década. Podemos dizer que foram nossas equipes que trouxeram o cacau para Capitão-Poço, desde 2016, e desde então o produto só tem despontado”, situa o profissional, com passagem pela Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) como professor.
De 2016 a 2024, Emater e Ceplac distribuíram 89 sementes de cacau para os agricultores de Capitão-Poço. Um Simpósio municipal, em julho de 2024, consagrou os dados. O Simpósio 2025 encontra-se em fase de articulação.
