Home - Agronegociar Home - Agronegociar
  • Negociar Agora
  • Noticias
  • Vídeos
  • Editais
  • Treinamentos
Nenhum resultado encontrado
Ver todos os resultados
Home - Agronegociar
  • Login
  • Cadastro
ClimaNatureza
09/06/2025
Embrapa

Mudança climática coloca abelhas em risco e ameaça segurança alimentar global

0
0

Foto: Eugênia Ribeiro

A crise climática está impactando o destino das abelhas

Especialistas alertam que a crise climática está impactando o destino das abelhas e exigindo medidas de mitigação e adaptação nos sistemas de produção. Não apenas a produção de mel, mas a segurança alimentar global enfrenta riscos diante de ondas de calor, secas e inundações que têm atingido as atividades de criação de abelhas.

A apicultura (criação de abelhas africanizadas, a Apis mellifera) e a meliponicultura (criação de abelhas-nativas-sem-ferrão) são atividades de grande importância econômica, social e ambiental no Brasil. No entanto, os efeitos da mudança climática, além de prejudicarem a produção de mel, também afetam de maneira negativa a biodiversidade e a segurança alimentar global, devido à dependência da polinização para a produção de alimentos. 

A pesquisadora da Embrapa Meio-Norte, Fabia Pereira, acredita que é fundamental desenvolver e implementar medidas de mitigação e adaptação para garantir a resiliência desses sistemas produtivos diante dos eventos climáticos extremos. Ela afirma que os apicultores e meliponicultores em diversas partes do mundo já percebem os efeitos da mudança climática em suas atividades. “A frequência e a intensidade de eventos climáticos extremos, como secas prolongadas, chuvas torrenciais e enchentes representam desafios significativos para a sobrevivência das colmeias e a produtividade da cadeia apícola. A urgência da situação exige uma resposta coordenada e eficaz para minimizar os prejuízos e garantir a sustentabilidade das atividades”, afirma.

Colmeias ameaçadas por secas, enchentes e incêndios

Segundo a Federação Apícola e de Meliponicultura do Rio Grande do Sul, durante as enchentes que ocorreram naquele estado em 2024, entre 35 mil e 60 mil colmeias foram destruídas, causando impacto direto na apicultura, meliponicultura e produção de alimentos que dependem da polinização. Anteriormente, em 2016, também houve registros de perdas de insumos e equipamentos de produtores na Argentina e em outros estados do Brasil. No Piauí, o município de Esperantina sofreu muitos prejuízos em 2018.

Incêndios também têm prejudicado colmeias de vários países além do Brasil, como Portugal, Espanha, Austrália e Canadá. O fogo consome as colmeias e o pasto apícola, que é o conjunto de plantas que fornecem os recursos necessários para alimentação de abelhas e para a produção de mel, pólen, própolis e cera.

Municípios de São Paulo, do Pantanal Matogrossense e até da região amazônica têm sentido os efeitos dos incêndios. “As colmeias que não são afetadas pelo fogo, sofrem com os efeitos da fumaça. Estudos demonstram que a qualidade do ar foi afetada a distâncias que variavam de 120 km a 300 km de distância. As queimadas que atingiram o Pantanal em 2020 afetaram dez estados brasileiros, chegando à região Sul do país”, afirma a pesquisadora Fábia Pereira.

O futuro incerto dos biomas brasileiros até 2100

Cientistas projetam um cenário preocupante para o clima brasileiro até o ano de 2100, alertando para um aumento de até 6°C na temperatura caso as emissões de gases poluentes se mantenham elevadas. As previsões indicam que todos os biomas do país serão afetados, com destaque para a Amazônia, que pode registrar um aumento de temperatura entre 1°C e 6°C, acompanhado por uma redução nas chuvas que varia de 10% a 45%.

No Pantanal, a temperatura deve subir de 1°C a 4,5°C, enquanto a diminuição das chuvas pode atingir entre 5% e 45%. Já no Pampa, a elevação da temperatura esperada é de 1°C a 3°C, com uma redução de 5% a 40% no volume de precipitações.

A Caatinga, por sua vez, pode sofrer um aumento térmico de 0,5°C a 4,5°C, e uma queda nas chuvas que varia de 10% a 50%. Para a porção Nordeste da Mata Atlântica, a previsão é de um incremento na temperatura entre 0,5°C e 4°C, e uma redução de 10% a 35% nas chuvas.

No Cerrado, as temperaturas podem se elevar de 1°C a 5,5°C, com uma diminuição de 10% a 45% nas chuvas. Finalmente, a porção Sul/Sudeste da Mata Atlântica deve registrar um aumento de temperatura de 0,5°C a 3°C, e uma redução de 5% a 30% nas chuvas. Essas projeções demonstram a urgência de ações para mitigar os impactos das mudanças climáticas no Brasil.

Adaptação e resiliência: caminhos possíveis para o setor

Para fazer frente a todos esses desafios, os pesquisadores destacam a importância de desenvolver práticas que permitam às colônias resistir melhor a variações climáticas extremas; capacitar criadores de abelhas para um manejo que preveja e minimize os impactos de eventos climáticos; promover a pesquisa de novas tecnologias e variedades de abelhas mais resistentes, bem como de flora apícola adaptada a diferentes condições de clima; além de fortalecer políticas públicas que apoiem o setor na recuperação após desastres e na implementação de medidas preventivas.

Para Fábia é importante encarar a mudança climática não apenas como um problema ambiental, mas como uma ameaça direta à produção de alimentos e à subsistência de comunidades rurais. A vulnerabilidade do setor apícola, evidenciada pelos impactos que tem sofrido, exige uma ação colaborativa entre cientistas, governos, associações de produtores e a sociedade em geral para garantir a proteção das abelhas e, consequentemente, a sustentabilidade da vida no planeta. A promoção de tecnologias e práticas adaptativas é um caminho apontado para mitigar os impactos e assegurar o futuro da apicultura e meliponicultura.

O Brasil na liderança da produção de mel

O Brasil tem consolidado sua posição como um dos principais produtores e exportadores de mel do mundo. Em 2023, o País registrou um novo recorde, alcançando 64,2 mil toneladas.

Isso representa um aumento de 2,7% em relação ao ano anterior. A produção de mel no Brasil tem apresentado crescimento consistente desde 2016, quebrando recordes anualmente a partir de 2018.

Os produtores de mel brasileiros são, predominantemente, de pequeno porte. Quase metade dos apicultores (49,5%) possui até 50 colmeias. Em números absolutos, 90,4% dos produtores possuem até 200 colmeias, que correspondem a 60,2% da produção nacional.

O Piauí é um dos grandes protagonistas da apicultura brasileira, com um crescimento expressivo na última década. O estado se destaca como o segundo maior produtor de mel do Brasil, com uma produção que supera as 8 mil toneladas. Em 2023, o Piauí foi o segundo maior produtor, com mais de 8 mil toneladas (13,8% da produção nacional), de acordo com dados da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) de 2023 do IBGE. Em dez anos, a produção de mel no estado saltou da 6ª para a 2ª posição no ranking nacional.

Segundo dados do Governo do Estado, o Piauí exporta mais de R$100 milhões por ano em mel, os principais compradores são Alemanha, Itália, Estados Unidos e Canadá. Estima-se que a criação de abelhas gera renda para mais de 10 mil famílias no Piauí, evidenciando seu forte impacto social e de geração de empregos, predominantemente no meio rural e na agricultura familiar. A atividade é considerada uma excelente oportunidade para gerar emprego e renda no campo.

Adriana Brandão (MTb 01067/CE)
Embrapa Meio-Norte

Contatos para a imprensa
[email protected]

Escrito por: Embrapa

Anterior

Edital Chamada Pública nº 01/2025 – Município de Nova Europa/SP

Próximo

Emater Goiás renova convênio com o MP Goiás para execução do serviço Ser Natureza

© AGRONEGOCIAR CNPJ: 17.432.772/0001.03 - Todos os direitos reservados
Gerenciar o consentimento
Para fornecer as melhores experiências, usamos tecnologias como cookies para armazenar e/ou acessar informações do dispositivo. O consentimento para essas tecnologias nos permitirá processar dados como comportamento de navegação ou IDs exclusivos neste site. Não consentir ou retirar o consentimento pode afetar negativamente certos recursos e funções.
Funcional Sempre ativo
O armazenamento ou acesso técnico é estritamente necessário para a finalidade legítima de permitir a utilização de um serviço específico explicitamente solicitado pelo assinante ou utilizador, ou com a finalidade exclusiva de efetuar a transmissão de uma comunicação através de uma rede de comunicações eletrónicas.
Preferências
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para o propósito legítimo de armazenar preferências que não são solicitadas pelo assinante ou usuário.
Estatísticas
O armazenamento ou acesso técnico que é usado exclusivamente para fins estatísticos. O armazenamento técnico ou acesso que é usado exclusivamente para fins estatísticos anônimos. Sem uma intimação, conformidade voluntária por parte de seu provedor de serviços de Internet ou registros adicionais de terceiros, as informações armazenadas ou recuperadas apenas para esse fim geralmente não podem ser usadas para identificá-lo.
Marketing
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para criar perfis de usuário para enviar publicidade ou para rastrear o usuário em um site ou em vários sites para fins de marketing semelhantes.
Gerenciar opções Gerenciar serviços Manage {vendor_count} vendors Leia mais sobre esses propósitos
Ver preferências
{title} {title} {title}