O projeto “Semeando o Futuro” prevê a promoção de uma restauração produtiva na comunidade de modo que promova a sustentabilidade e o cultivo de alimentos para subsistência.
23/05/2025 | Assessoria de Comunicação – Agraer/MS
Foto – Reprodução Agraer/MS
Nesta sexta-feira (23), a comunidade indígena Terena da Aldeia Limão Verde, localizada no município de Aquidauana, dará início às atividades de plantio de mudas do projeto “Semeando o Futuro: Projeto de Coleta de Sementes por Comunidade Indígena Terena de Aquidauana para Reflorestamento Sustentável”. A iniciativa tem como objetivo fortalecer práticas de conservação ambiental aliadas ao conhecimento tradicional indígena e promover o reflorestamento ecológico e produtivo do Cerrado sul-mato-grossense.
O projeto conta com apoio do Governo do Estado e Semadesc. É que esta iniciativa é financiada pela Fundect, com assistência técnica da Agraer. Além disso, há ainda a parceria do viveiro BR Gardens, da UCDB, UEMS e, claro, tudo com o protagonismo da própria Aldeia Indígena Limão Verde. Interessados em conhecer o projeto podem acessar o Instagram @notitumuneti, que na Língua Terena significa “Semeando o Futuro”.
Restauração produtiva
Além do reflorestamento, o projeto atua em três frentes fundamentais: a preservação da biodiversidade, o fortalecimento da cultura Terena e a promoção da segurança alimentar. Durante a execução, a comunidade realiza a coleta, identificação e uso de sementes de espécies nativas como baru, ingá, jatobá, jenipapo e pequi. O plantio será realizado com um sistema produtivo que inclui, nas entrelinhas, cultivos como banana, mandioca, café, guavira, mamão e hortaliças.
Segundo a coordenadora do projeto e gestora da BR Garden, Ariadne Gonçalves, o envolvimento da comunidade é essencial para que o projeto tenha impactos duradouros.
“A proposta nasceu do desejo de unir ciência, tradição e sustentabilidade. Esse projeto não é apenas sobre plantar árvores, mas sobre cultivar o futuro de um território com raízes profundas. O conhecimento do povo Terena é a base desse trabalho. Nossa missão é garantir que ele seja respeitado, valorizado e transmitido às futuras gerações”.
O projeto também integra os esforços da comunidade escolar da Aldeia Limão Verde que vai participar da Olimpíada Brasileira de Restauração de Ecossistemas, desenvolvendo um projeto prático de recuperação ambiental com os estudantes indígenas.
Para o cacique da Aldeia Limão Verde, Ademilson Souza, a iniciativa é mais do que uma ação ambiental, é um marco de autonomia e valorização cultural.
“Estamos plantando as sementes do nosso futuro, com as mãos dos nossos jovens, com o saber dos nossos mais velhos. Isso aqui é mais que reflorestamento, é nossa forma de proteger a terra, garantir o alimento e ensinar nossos filhos o valor da nossa cultura e da natureza”.
Além das ações de campo, o projeto prevê a criação de viveiros comunitários, capacitação de coletores de sementes e a geração de renda por meio da venda de sementes nativas. As primeiras mudas do plantio foram fornecidas em parceria: o viveiro BR Gardens cedeu espécies nativas, café e mamão; a Agraer disponibilizou mudas de banana, guavira, hortaliças e pastagem; e a própria comunidade forneceu as ramas de mandioca.
O impacto esperado vai além do ambiental: promove o empoderamento da comunidade, o protagonismo indígena, a educação ambiental e o desenvolvimento sustentável em territórios historicamente preservados pelos povos originários.
